terça-feira, 16 de novembro de 2010

Casas na areia

MORADAS NA AREIA
Já foram usadas como pano de fundo para várias publicações de moda, decoração, também para videos clips musicais e publicitários. Desde sempre atraíram a atenção de quem por lá passa, por um motivo ou outro, mas sem dúvida a simplicidade de suas formas, por vezes quase soterradas nas dunas de areia fina, e a singularidade de suas cores, é que emprestam este ar "non sens" e fantástico, e que está ao alcance de nossos olhos, logo ali na Costa da Caparica.









«Nós estamos aqui não se sabe até quando, comenta o sr. Victor, proprietário de uma das casas, pois já existe um projecto de transformar isto em uma "Saint Tropez", com uma estrada a passar aqui pela frente, hotéis e moradias de luxo. É óbvio que não sobrará espaço para as casinhas e nem para o camping aqui atrás», afirma sem ilusões. «Isto tudo pertence a Assossiação dos Portos de Lisboa, e todo ano temos de renovar a licença sabendo de antemão que mais cedo ou mais tarde teremos de abandonar o local.









CASAS COM HISTÓRIAS
As casas existem a mais de 50 anos e originalmente faziam parte de uma aldeia pescatória da Cova do Vapor, até o mar invadir as praias daquela localidade em razão da drenagem das areias efectuadas no Bugio, de onde eram retiradas toneladas e toneladas desta matéria que eram transportadas dali para as praias de S .João do Estoril e Estoril, afim de torná-las mais atraentes para as classes privilegiadas. Desta agressão ao meio ambiente vieram as consequências naturais, mudanças de correntes e o avanço do mar, muitas destas casas tiveram de ser removidas e foram levadas para a Costa da Caparica em carroças puxadas por bois, eram centenas delas, agora poucas restam de pé.
São pequenas casinhas, com aproximadamente 50 m2, e estão localizadas à beira mar na praia da saúde.e alinhadas às margens dos carris do pequeno comboio que transporta os veranistas por algumas praias, que se estendem até a Fonte da Telha.



























EM COMPASSO DE ESPERA
Enquanto aguardam a sua sorte, as casas permanecem como o retrato de outra época, apesar de poucas manterem as características originais.
Com a ação do mar que está a ganhar terreno cada vez mais na Costa da Caparica, as casas estão ameaçadas e muitas estão a se deteriorar e, é preciso pintá-las de dois em dois anos. As que vierem abaixo já não se podem levantar.

















2 comentários:

Unknown disse...

maravilhosa esta série, aqui tão perto e nunca fui lá...parabéns, são exceentes fotos :)

TERRAS DE NENHÚ disse...

O pitoresco vai dando lugar à sofisticação, e na troca se perdem raízes...
Como em Jurerê, Santa Catarina, e tantos lugares aqui no Brasil.